Tormenta/o amazônica/o.

Tormenta. A economia mundial parece caminhar para isso. América e China se digladiam. Reino Unido vai sair da União Europeia, fazendo a economia do bloco encolher, da noite para o dia, em 20%. FMI e Banco Mundial indicam fraco PIB global para os próximos cinco anos. Taxa básica de juros cai em todo o mundo. Recessão, guerra comercial, incertezas e insegurança.

É nesse cenário internacional desfavorável que o Brasil, imerso há cinco anos em uma profunda crise econômica, tem de mover-se. O País precisa avançar, mas forças poderosas querem detê-lo.

A Amazônia acabou sendo o catalisador dessa pressão. Nada tem a ver com meio ambiente. Tudo é interesse de ordem econômica e política. 

A vergonhosa, descarada ação dos europeus contra o Brasil, infelizmente, encontra eco em nossa sociedade. Um dos focos de apoio aos interesses antipatrióticos são as ONGs ambientalistas, financiadas com dinheiro proveniente do exterior. Essas organizações agem como inimigos internos, afetando, fortemente o interesse nacional.

Lamentavelmente, há empresas locais que ajudam a financiar essas ONGs, as quais agem como cabeça de ponte em território nacional de interesses estrangeiros. Desse modo, sem querer, empresários da região, pessoas de bem, iludidos pelo vazio discurso da sustentabilidade, ludibriados pelo belo, mas falso e insidioso, discurso ambientalista, prejudicam o Brasil.

É hora de reavaliar o patrocínio que se dá a essas ONGs. Além do mal que causam ao país, há a possibilidade de dano à imagem da empresa. A opinião pública está mudando! O patriotismo está voltando à moda. Muita gente não cai mais no canto da sereia verde. 

Particularmente absurda foi a fala de Macron, sugerindo um estatuto internacional para a Amazônia. Igualmente vergonhosa foi a reunião do G-7 para tratar de Amazônia sem a participação de NENHUM país amazônico. Agem como se fossem donos da região. 

É necessário sermos firmes em nossa posição. O Brasil e demais países amazônicos deveriam dar uma resposta na forma de articulação latino-americana contra o resquício colonial francês em nosso continente, exigindo, principalmente, a independência da Guiana Francesa.

Outra "resposta" que o Brasil precisa dar ao mundo é a reestruturação de suas capacidades internas, inclusive, com o fortalecimento de suas forças armadas e revisão de tratados que limitam nossas possibilidades táticas. O Brasil tem tudo para ser uma grande potência. Se tivéssemos coragem, arrojo, determinação de sermos uma nação grandiosa, essa, talvez, fosse a melhor de todas as respostas. 

Um último comentário: nessa tormenta midiática sobre a Amazônia, curioso é não se ver uma única menção sequer sobre o tormento que é a vida de precariedades das populações de nossa região... Esse descaso alheio é lamentável, o nosso próprio, inadmissível... 


Belisário Arce

Diretor Executivo

Associação PanAmazônia